É possível escrever o trauma? O trauma é aquilo que não forma traço mnemônico e representação psíquica, conteúdos essenciais à formação da memória. Isso relaciona o trauma à memória, ao mesmo tempo em que o relaciona à falta dela, o trauma é uma ruptura na rede de significantes. Ele é caracterizado pela contradição entre a necessidade e a impossibilidade de narrar, somos impelidos a nos expressar por imperativo de sobrevivência e, ao mesmo tempo, não podemos fazê-lo, pois nos faltam as ferramentas necessárias para expressar o irrepresentável. Nas palavras de Annie Ernaux, trata-se do “horror sem palavras”. 
Esta oficina será dedicada a explorar estratégias discursivas encontradas por diferentes escritoras/es para representar o trauma para, através destas ferramentas, descobrir a possibilidade de escrever sobre aquilo que não se pode falar e possibilitar aos participantes a libertação da escrita através de exercícios. 
 
Entre os escritores que serão lidos durante as aulas estão: Annie Ernaux, Édouard Louis, W. G. Sebald, Primo Levi, Thomas Bernhard, Michel Laub, Bernardo Kucinski, entre outros.