quintas e segundas: 5, 9, 12 e 16 de dezembro, 19h às 21h BRT

Aulas online via zoom

MAURA VOLTARELLI é escritora, professora, crítica literária e pesquisadora. Com mestrado e doutorado em Teoria e História Literária pela UNICAMP, e pós-doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP, realizou estágios de pesquisa na Écoles de Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, sob a supervisão de Georges Didi-Huberman. Publicou os livros O Sequestro da Ninfa (2024), sobre a obra de Carlos Drummond de Andrade, Amar, depois de perder: uma poética da Ninfa (2021) e Nymphé e outros poemas (2014), além de diversos artigos. Atualmente, realiza um segundo pós-doutorado na Unicamp. 

Primeira aula do curso será aberta e gratuita:

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A partir da leitura comentada de trechos de Madame Bovary (1856), de Gustave Flaubert, e Anna Kariênina (1873), de Liev Tolstói, Maura Voltarelli lança uma série de questionamentos relacionados ao gesto de desobediência e ao destino trágico destas personagens inesgotáveis. Em que medida elas encarnam uma sobrevivência do estado de espírito romântico, para além do período histórico que coube ao Romantismo? Como estas imagens femininas, pela sua ambiguidade e complexidade, permitem expor o avesso da tão falada “beleza romântica” — venérea, visceral, em carne viva — que então se mostra aberta e maculada pela dor? Como o enigma da transgressão do feminino converge com a natureza da própria literatura? E ainda: como é possível encontrar desdobramentos destas figuras centrais da literatura ocidental na ficção brasileira?

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Suspensas no limiar aberto entre o trágico, o erótico e o transgressivo, Lucíola, de José de Alencar, Capitu e Terpsícore, de Machado de Assis, Diadorim, de João Guimarães Rosa, e Ana, cuja dança dionisíaca rouba a cena em Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, afirmam, para além da violência dos afetos que as atravessa, a erupção dos movimentos de desejo e da coragem de viver.

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As aulas do curso são gravadas e ficam disponíveis no YouTube.