quartas: 29/1, 5/2, 12/2 e 19/2, 19h30 às 21h30 BRT

Aulas online via zoom

LUCIENE GUIMARÃES é tradutora e coordenadora da Coleção Marguerite Duras, pela Relicário edições. Doutora em Littérature et arts de la scène et de l’écran, Université Laval (Canadá). Pesquisou nos arquivos de Marguerite Duras,  do IMEC, França. Tem vários artigos publicados sobre a obra de Marguerite Duras e organizou, em 2023, o colóquio “O mar na obra de Marguerite Duras”, com o apoio da BiblioMaison, no Rio de Janeiro.

​

ELIZABETH BITTENCOURT é psicanalista e escritora. Membro da Escola Lacaniana de Psicanálise (RJ) e do Corpo Freudiano (RJ). Autora de vários livros de ensaios sobre psicanálise, entre eles, Vaidade no Feminino (Editora Cia de Freud, 2012). Organizou, em 2023, com Luciene Guimarães, o colóquio “O mar na obra de Marguerite Duras”, com o apoio da BiblioMaison, no Rio de Janeiro. 

“Todas as mulheres em meus livros derivam de Lol V. Stein”, disse Marguerite Duras em entrevista, enfatizando a complexidade da personagem de um dos livros mais enigmáticos da autora: O arrebatamento de Lol V. Stein. O amor e o desejo são temas aparentemente simples, mas não exatamente, quando se trata das personagens de Duras: “É essa região de sentimento que, em Lol, não era a mesma.” 

Como decifrar o silêncio, o vazio, a ausência que traduz o estado de perda de Lol V. Stein? “Por falta de existência, ela permanece em silêncio. Teria sido uma palavra-ausência, uma palavra-buraco, cavada no seu centro com um buraco, esse buraco onde todas as outras palavras teriam sido enterradas.” É a partir de O arrebatamento de Lol V. Stein, livro que se conecta com outras obras da autora, na literatura e no cinema, que propomos um mergulho nesse mar durassiano também onde as personagens femininas ficam à deriva. 

Serão também debatidos o processo criativo da autora, que se inspira numa personagem real visitada num hospital psiquiátrico para criar Lol V. Stein, e a relação rizomática com outras obras do chamada ciclo indiano – L’Amour, O Vice-Cônsul, India Song e o filme A mulher do Ganges (La femme du Gange) –, além da abordagem psicanalítica de Lol V. Stein: “asas de papel, V tesoura, Stein, a pedra, no jogo do amor tu te perdes”. Ou, como diz Tati Bernardi na orelha do livro: “despedaçada, talvez psicótica, Lol costura suas bordas com os pontos e as vírgulas de outra mulher”. 

Este minicurso é um convite a explorar uma obra magnífica de Duras, embora não tão conhecida do grande público, que abre as trilhas do inconsciente. As aulas terão uma abordagem multidisciplinar entre Literatura, Cinema e Psicanálise.

​

As aulas do curso são gravadas e ficam disponíveis no YouTube.