​A atmosfera atemporal e mítica do romance Lavoura arcaica (1975), bem como o trabalho com a linguagem, faz dele um dos livros mais impactantes da literatura brasileira. Em 2001, surge o longa-metragem homônimo, idealizado e dirigido por Luiz Fernando Carvalho. A originalidade com que o cineasta trabalhou a transposição das palavras em imagens coloca, também o filme, como umas das produções mais relevantes do cinema brasileiro. Em quatro encontros, Renato Tardivo analisa o romance de Raduan Nassar e o filme de Luiz Fernando Carvalho, atentando para a correspondência estabelecida entre as obras. Por meio de referenciais da fenomenologia, da estética e da psicanálise, são apresentadas e discutidas as condições para o surgimento do filme a partir da leitura do romance. Na sequência, é também proposta uma análise da correspondência entre as obras, abordando especificidades e aproximações entre as poéticas de Raduan Nassar e Luiz Fernando Carvalho.